Agentes mágicos (exus) e seus arcanos – Parte final.
03/07/2018 09:50
PERGUNTA: - Ficamos curiosos. Pela vossa larga experiência nesses casos, poderíeis nos relatar um desfecho feliz para esse emblemático enredo narrado?
VOVÓ MARIA CONGA: Suponhamos que a fiel e amorosa esposa, junto com os filhinhos, fique sem grandes alternativas de conduzir a existência em condições materiais mínimas pela escassa pensão que poderá receber do ex-marido desequilibrado. Em momento de lucidez, procura ajuda espiritual de médium umbandista. Aconselhada a procurar a sessão de consulta, é orientada a comparecer em dia e horário adrede combinados para trabalho de desmancho. Resumidamente: nesse encontro, os exus da sagrada Umbanda são autorizados a se movimentar a favor da caridade socorrista, pois há merecimento para tanto e não estão desrespeitando o livre-arbítrio, e sim restabelecendo-o. Com o magnetismo animal dos médiuns incorporados, desmancham o baixo campo vibratório que envolve o esposo, desintegrando o "artificial" insaciável na sexolatria. Repentinamente, o equilíbrio restabelecese, o marido retoma ao lar, pedindo perdão, e a ex-amante se vê "enjoada" da aventura amorosa, se interessando por outro homem mais rico.
Como os filhos podem notar, cada um seguiu a sua caminhada evolutiva. O que os exus fizeram foi retomar os ditames das leis cósmicas que estavam distorcidos por enfeitiçamento e rituais de magia negra.
PERGUNTA: Mas e o mago negro do Além e o médium que é seu instrumento hoje, continuarão a fazer tanto mal?
VOVÓ MARIA CONGA: - Infelizmente sim. Ainda estão no exercício do livre-arbítrio individual que lhes é de direito no labor da mediunidade, e cada um, pelos interesses desditosos que estão sendo gerados e que os unirão em laços vibratórios inquebrantáveis por longa data, um dia terão de prestar contas aos Tribunais Divinos, até que a última moeda ganha para praticar o mal tenha sido ressarcida com juros, libertando-os do efeito de retomo que o desrespeito ao livre-arbítrio dos outros impõe, qual preciso bumerangue. Isso gera, no futuro, conseqüências de difícil avaliação no presente, pois o mal causado a um irmão tem, na maioria das vezes, desdobramentos indiretos e negativos para aqueles que convivem e dependem dele, e que também estarão sendo seriamente prejudicados. Queira Oxalá que todos que estão "desviados" como instrumentos na abençoada mediunidade tenham a oportunidade de se reequilibrarem na retomada do bem e do amor no sagrado movimento de Umbanda, em que o mago negro desencarnado e médium de hoje podem ser, respectivamente, aparelho mediúnico e exu de amanhã, por uma sábia inversão de papéis para compor o livro evolutivo da vida de ambos. Assim é a lei, assim cumprir-se-á.
Observações do médium:
No início da nossa prática de caridade no mediunismo umbandista, tivemos certa dificuldade de aceitar dois amigos espirituais que estavam destinados a trabalhar conosco nesta encarnação, na mecânica de incorporação. Eivados de preconceito, só queríamos trabalhar com os pretos velhos e caboclos. Eis que nos encontramos em terrível assédio de organização do Além, que utilizando enfeitiçamento apropriado para nos desequilibrar – que não cabe nesta nota detalhar, nos levou a repentino enfraquecimento e indisposição. Em trabalho de demanda / desobsessão, previamente marcado em corrente de 21 médiuns, realizado na frente do congá na casa de Umbanda que freqüentamos, surpreendeu-nos, em desdobramento clarividente, um exu-entidade que se disse chamar Bará, e que desmancharia o que tinha sido feito de mal para nós, pois ele era profundo conhecedor daquele tipo de magia. Disse-nos que, a partir daquele dia, se o aceitássemos, trabalharíamos juntos nesta encarnação, pois assim previa nosso planejamento reencarnatório realizado pelos mestres
responsáveis no Astral. Esses verdadeiros engenheiros cármicos, que em criteriosa análise de nossa ancestralidade, já que um espírito nunca evolui só no "ir e vir" na carne, definiram-no pelos sólidos laços de simpatia que nos uniam há milênios como um dos exus-entidade que nos assistiria nos labores mediúnicos, o que havíamos aceito, ambos, de bom coração.
Após esse atendimento, ficamos curados e esse amigo espiritual - um espírito familiar hoje denominado exu Bará, que trabalha como entidade na vibração de exu, tem-se mostrado um fiel protetor naqueles atendimentos que envolvem incursões umbralinas, grandes remoções de espíritos sofredores e desmanchos de organizações malévolas, preservando-nos de repercussões vibratórias deletérias, oriundas desses locais de baixíssima vibração. O exu Bará se apresenta como uma espécie de militar, fardado como se fosse de um exército, e comanda um agrupamento sob as suas ordens.
Ainda trabalhamos com o exu Pinga-fogo, que é um chefe de legião, grande mago e exímio manipulador do fogo etérico. Apresenta-se todo de preto, muito alto, com longa capa. Ambas as entidades foram nossos ancestrais em outras vidas, e evoluem na Umbanda. Servem ao comando de Vovó Maria Conga, pois são agentes mágicos da vibratória do orixá Yorimá, que rege os trabalhos dos pretos velhos. Tivemos uma grande lição de humildade, pois somente estando em maus lençóis aceitamos esses amigos, dando o braço a torcer na nossa vaidade, orgulho e preconceito espirítico.
(Do Livro “EVOLUÇÃO NO PLANETA AZUL” Ramatís e Vovó Maria Conga/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)