Assentamento para os Ciganos

27/12/2016 11:32
“Eu vinha, caminhando a pé...
Só pra ver se encontrava, a minha cigana de fé...”
Kali Yê!
Que a luz suprema da Senhora Kali ilumine o coração de todos!
Muito se questiona sobre a origem de nosso povo. Ou mesmo do que se trata realmente esta linha.
Não temos um ponto de origem. Por isso jamais será possível alguém classificar com precisão comprovável nosso ponto de nascimento. Assim tem que ser.
Diria que Ciganos é mais que um povo propriamente dito, mas sim um costume, uma tradição que rompe a vida humana e grita alto na alma daquele que por algum momento se deparou com os mistérios livres da existência.
Liberdade é o que traduzimos. Quando não temos o interesse de divulgar nossa origem isso reforça a idéia de liberdade, ou seja, não estamos presos a um ponto que deveremos convergir.
Somos o pó da estrada, o vento que sopra a areia do deserto, o canto que vibra na alma de todos e o brilho do sol a iluminar o horizonte.
Em nossa manifestação tentamos projetar o sentido de ser livre. De ser e estar hoje, amanhã tudo flui diferente. No movimento da vida hoje somos diferente de amanhã. Nesta mobilidade a água traduz nossa essência.
Não escrevemos nada. Deixamos herdeiros de um sangue transitório. Quem é cigano? O que é ser cigano? Busco até hoje a resposta e na busca vou sendo um cigano.
Talvez cigano seja a tradução do espírito de busca do indivíduo humano. Buscar é a nossa sina, e o que busco? O que tu buscas?
Muitas são as tribos, clãs, famílias e grupos. Nomes e mais nomes e origens. É certo, que toda pesquisa e esforço da razão é válida, porém que os fragmentos que ora traduz algumas pistas e ora outras apresentem conflitos sirva no fim para reforçar a idéia de que não há origem para ações que ocorrem simultaneamente em vários pontos do planeta como uma extravasão do espírito humano.
Dizem que no século XI tem registros de nossos costumes, também no século XIII, outros datam antes de Cristo e nenhum confirmam absolutamente nada. Acontece que em tempos muito distantes o povo, a grande massa era oprimida, subjugada e sofria toda sorte de violência por parte daqueles que detinham “poder”. Então o surgimento de um protesto de liberdade silencioso, mas praticado foi um aflorar natural no peito do povo.
Sobre nossos “mistérios”, são o que são. Nossa “magia” a “encantaria” talvez seja tudo o reflexo de nossa felicidade. Por termos alcançado a tal liberdade.
Não somos de nenhum lugar, não pertencemos a nada e a ninguém. Somos “nômades”, mas por onde passamos, hei de voltarmos.
Desta forma, muitos espíritos atingiram um grau de evolução capaz de possibilitar a comunicação com os encarnados a fim de traduzir através de “nossos” costumes orientações aos indagadores. Logo, o arquétipo na linha de trabalho está mais baseada no movimento flamenco, do que qualquer outra coisa, mas todos aqueles espíritos que são livres e libertadores com história de vida parecida ou com a busca da mesma causa, detendo conhecimentos práticos do oráculo e encantos, será abrigado na linha dos ciganos.
Em nossa manifestação muito música, alegria, sorrisos e um verdadeiro culto á alegria.
Nossa aparição na Umbanda foi inevitável. Precisávamos trabalhar e somente a Umbanda se mostra como um movimento de manifestações espirituais sem dogma, sem cúpula, sem origem definida. Tem tudo haver conosco. Então não somos da Umbanda e nem a Umbanda é nossa, nos emprestamos mutuamente para o melhor de tudo que nos envolve.
Assim, vamos com nossa carruagem, caminhando em nossa estrada, erguemos nossa tenda onde nos for permitido e ali conviveremos em momentos de paz e alegria, quiçá de revelações. Batendo nosso pandeiro e tocando nossa viola, somos então o som do amor.
Fique com nossa força e conte com nossa companhia.
Kali Yê!
Quem comanda esta linha? Ninguém! Esqueceu que somos livres?
Nota do médium: quando começamos a ler este texto, a sensação que se dá é que teremos algum esclarecimento sobre a linha dos ciganos, agora lendo ao fim, a sensação real é de que nada mudou, ou seja, continua tudo confuso (risos). Sobretudo o que nos chega é que o povo cigano faz questão de manter este véu de mistério, assim conserva a sua magia natural. O que acho importante elucidar é que no trabalho prático desta linha está a força prosperadora. Eles atuam muito na questão financeira e profissional, orbitando um tanto nas questões amorosas.
Assentamento:
01 Tacho de cobre;
77 moedas douradas ou cobre de valor corrente;
07 Grãos de noz moscada;
01 taça de cobre;
01 vela 07 dias laranja;
21 folhas de louro;
Cigarrilha;
Rum e Vinho Tinto.
Coloque as moedas dentro do tacho. Ao redor da vela coloque as folhas de louro e a noz moscada. Na taça coloque o vinho e noutra o rum. Acenda a vela e dê três baforadas nos elementos chamando pelo povo cigano.
Toda semana acenda ao menos uma vela laranja. Na ocasião troque o líquido. Sempre que fizer esta firmeza semanal, pegue a cigarrilha e dê três baforadas, concentrado nos pedidos e orações.
Oração de assentamento:
“Divino Criador, Divinas Forças Naturais, Divinos Orixás, neste momento vos evoco e peço que imante este assentamento, consagre e o torne um portal por onde o Povo Cigano do astral possa se manifestar, servindo de minha proteção e chave de acesso aos ciganos de acordo com o meu merecimento. Peço que a força dos ciganos esteja presente e receba minhas vibrações.”
Ps.: Este é um assentamento universal para a linha de Ciganos, que pode ser consagrado a um Cigano (a) específico ou deixar aberta de forma universal.
Faça isto com fé e amor, terá ótimos resultados.
Kali Ciganos!