Caboclo Tupinambá
26/06/2018 17:10
Caboclo Tupinambá é um espírito singular que personifica como poucos o Orixá ao qual pertence e representa (Oxóssi). De humor constante e inabalável, é firme e combativo sem deixar de ser alegre e carinhoso. Sábio, seguro, paciente e carismático, está presente em quase todas as boas casas de Umbanda do Brasil. Ou como ele mesmo diz, Tupinambá é como o bambú: forte e flexível, sabe se vergar e por isso não pode ser quebrado.
Eu tenho a honra de trabalhar com ele, e assim já se vão vinte anos de parceria e confiança com esse maravilhoso Caboclo, que é meu Pai de Cabeça*. Com ele aprendi tantas coisas que hoje não sei mais separar sua influência em minha ideologia, meus princípios e até mesmo em minha personalidade. É assim na Umbanda, a gente vai se misturando se misturando e quando vemos, graças a Deus, já não somos mais a mesma pessoa. Sua maneira de pensar é extremamente otimista e para ele tudo sempre tem uma perspectiva positiva. Tupinambá ensina que a vida é como um rio, e como tal é viva e nunca pára. Ele nos mostra que quando deprimimos, quando estamos desacreditados em relação à vida, é porque somente estamos desligados de seu fluxo. Basta voltar ao rio e a renovação ocorrerá quando menos percebemos.
A falange de Sr Tupinambá é imensa, o que não é de se estranhar se considerarmos o contigente de indivíduos dessa nação indígena que estiveram encarnados no Brasil do século XVI (cujo tronco ocupava quase todo o litoral do país). E é essa grandeza que faz essa linha de Umbanda ser tão respeitada, seja pelos amigos, seja pelos inimigos. Conhecidos por sua potencialidade guerreira, os Caboclos Tupinambás, ironicamente, conseguem como poucos evitar a guerra aberta contra falanges negativas, pois ninguém quer, senão em último caso, desafiar um povo tão forte, quantitativo e aguerrido. Assim, por seu próprio potencial de "vencer demanda", essa linha de Oxóssi é muito requisitada para alcançar as soluções "diplomáticas" que evitam o embate direto com o baixo astral. E ainda que isso eventualmente não se faça possível, eles estarão lá com seus valentes guerreiros para garantir a vitória do bem sobre o mal no plano astral brasileiro.
A energia desses Caboclos, quando chamados nos terreiros, é intensa e muito agradável. É tão vibrante a presença deles que quando seu ponto é cantado é comum ver vários médiuns incorporem ao mesmo tempo. O chacra cardíaco se expande e se agita fortemente, fazendo o médium postar-se de forma bastante altiva ao final da corimba*. Aliás, a corimba é outra de suas características distintivas, marcada por uma sessão de giros continuados que, se são muitos, ao final não deixam qualquer tontura no médium.
O espírito que, especificamente, tomou-me como cavalo, tem como principal roupagem essa que aparece na ilustração acima, feita na prancheta da talentosa filha de Iansã no TPM, Fran Falsoni*. Penacho predominantemente alaranjado de penas longas e brilhantes, colar de ossos, braçadeiras de corda natural e uma pele de onça sobre as costas. Corpo alto e atlético, cabelos longos e um grande alargador de orelha feito de bambu. Assim ele se apresenta normalmente, mas em ocasiões festivas usa um cocar enorme que vai até os pés e pode ser verde, alaranjado ou colorido. Já quando está em trabalho propriamente dito, sua indumentária muda completamente, assim como suas feições ficam mais marcadas e rústicas. Nessas situações sua fala fica mais difícil de ser compreendida (predominando o tupi guarani sobre o português), surgem mais adereços no rosto, em especial um grande osso atravessando o nariz, além de pinturas pelo corpo. Por fim, a outra forma de apresentação que conheço dele (e, sinceramente, não faço questão de que ele a use...) é quando está em guerra (demanda). Aí é o seguinte: uma pena preta na cabeça, um grosso traço de tinta preta sob os olhos, dobro de tamanho, as armas e nada mais.
Sr. Tupinambá está sempre acompanhado, seja por seus guerreiros, suas crianças, suas caboclas curadoras ou pelos velhos pajés feiticeiros da tribo. São incontáveis trabalhadores espirituais que permitem que essa linha seja eficiente em quaisquer tipos de trabalhos (demanda, cura, energização, equilibrio, psicologia...). E não posso deixar de mencionar seus inseparáveis animais: as jibóias, as onças e os javalis. Sempre com ele os dois primeiros, fazem um trabalho único e precioso. As cobras limpam a sujeira do perispírito das pessoas e do ambiente da gira, as onças protegem e combatem o que é mais grosseiro e animalizado. Javalis são chamados quando o buraco é mais embaixo.
A quem conhece Caboclo Tupinambá espero ter colaborado com um pouco mais dessa entidade tão conhecida e importante da corrente astral de Umbanda. A quem não o conhece ainda, e estiver a precisar de força, proteção, alegria ou de uma simples sensação de paz e bem estar, experimente cantar assim: "Estava na beira do rio sem poder atravessar, chamei pelo Caboclo, Caboclo Tupinambá...Tupinambá chamei, chamei tornei chamar, êah". Se pode tornar a chamá-lo, mas precisar não precisa. Com certeza ele já estará presente.
Se Caboclo Tupinambá pudesse ser definido em uma frase, seria essa:
"Grande Pai Caçador de Almas".
Abraço Fraterno a todos, e Saravá!
O termo 'tupinambá' provavelmente significa "o mais antigo" ou "o primeiro", e se refere tanto a uma grande nação de índios, da qual faziam parte, dentre outros, os tamoios, os temiminós, os tupiniquins, os potiguara, os tabajaras, os caetés, os amoipiras, os tupinás (tupinaê), os aricobés e um grupo também chamado de tupinambá. Entretanto, normalmente, quando se fala em tupinambás, está-se a referir às tribos que fizeram parte da Confederação dos Tamoios, cujo objetivo era lutar contra os portugueses, também conhecidos como 'perós'. (fonte: Wikipédia; verbete "Tupinambás")
Fonte:umbandeando.blogspot.com
Caboclo Tupinambá é um espírito singular que personifica como poucos o Orixá ao qual pertence e representa (Oxóssi). De humor constante e inabalável, é firme e combativo sem deixar de ser alegre e carinhoso. Sábio, seguro, paciente e carismático, está presente em quase todas as boas casas de Umbanda do Brasil. Ou como ele mesmo diz, Tupinambá é como o bambú: forte e flexível, sabe se vergar e por isso não pode ser quebrado.
Eu tenho a honra de trabalhar com ele, e assim já se vão vinte anos de parceria e confiança com esse maravilhoso Caboclo, que é meu Pai de Cabeça*. Com ele aprendi tantas coisas que hoje não sei mais separar sua influência em minha ideologia, meus princípios e até mesmo em minha personalidade. É assim na Umbanda, a gente vai se misturando se misturando e quando vemos, graças a Deus, já não somos mais a mesma pessoa. Sua maneira de pensar é extremamente otimista e para ele tudo sempre tem uma perspectiva positiva. Tupinambá ensina que a vida é como um rio, e como tal é viva e nunca pára. Ele nos mostra que quando deprimimos, quando estamos desacreditados em relação à vida, é porque somente estamos desligados de seu fluxo. Basta voltar ao rio e a renovação ocorrerá quando menos percebemos.
A falange de Sr Tupinambá é imensa, o que não é de se estranhar se considerarmos o contigente de indivíduos dessa nação indígena que estiveram encarnados no Brasil do século XVI (cujo tronco ocupava quase todo o litoral do país). E é essa grandeza que faz essa linha de Umbanda ser tão respeitada, seja pelos amigos, seja pelos inimigos. Conhecidos por sua potencialidade guerreira, os Caboclos Tupinambás, ironicamente, conseguem como poucos evitar a guerra aberta contra falanges negativas, pois ninguém quer, senão em último caso, desafiar um povo tão forte, quantitativo e aguerrido. Assim, por seu próprio potencial de "vencer demanda", essa linha de Oxóssi é muito requisitada para alcançar as soluções "diplomáticas" que evitam o embate direto com o baixo astral. E ainda que isso eventualmente não se faça possível, eles estarão lá com seus valentes guerreiros para garantir a vitória do bem sobre o mal no plano astral brasileiro.
A energia desses Caboclos, quando chamados nos terreiros, é intensa e muito agradável. É tão vibrante a presença deles que quando seu ponto é cantado é comum ver vários médiuns incorporem ao mesmo tempo. O chacra cardíaco se expande e se agita fortemente, fazendo o médium postar-se de forma bastante altiva ao final da corimba*. Aliás, a corimba é outra de suas características distintivas, marcada por uma sessão de giros continuados que, se são muitos, ao final não deixam qualquer tontura no médium.
O espírito que, especificamente, tomou-me como cavalo, tem como principal roupagem essa que aparece na ilustração acima, feita na prancheta da talentosa filha de Iansã no TPM, Fran Falsoni*. Penacho predominantemente alaranjado de penas longas e brilhantes, colar de ossos, braçadeiras de corda natural e uma pele de onça sobre as costas. Corpo alto e atlético, cabelos longos e um grande alargador de orelha feito de bambu. Assim ele se apresenta normalmente, mas em ocasiões festivas usa um cocar enorme que vai até os pés e pode ser verde, alaranjado ou colorido. Já quando está em trabalho propriamente dito, sua indumentária muda completamente, assim como suas feições ficam mais marcadas e rústicas. Nessas situações sua fala fica mais difícil de ser compreendida (predominando o tupi guarani sobre o português), surgem mais adereços no rosto, em especial um grande osso atravessando o nariz, além de pinturas pelo corpo. Por fim, a outra forma de apresentação que conheço dele (e, sinceramente, não faço questão de que ele a use...) é quando está em guerra (demanda). Aí é o seguinte: uma pena preta na cabeça, um grosso traço de tinta preta sob os olhos, dobro de tamanho, as armas e nada mais.
Sr. Tupinambá está sempre acompanhado, seja por seus guerreiros, suas crianças, suas caboclas curadoras ou pelos velhos pajés feiticeiros da tribo. São incontáveis trabalhadores espirituais que permitem que essa linha seja eficiente em quaisquer tipos de trabalhos (demanda, cura, energização, equilibrio, psicologia...). E não posso deixar de mencionar seus inseparáveis animais: as jibóias, as onças e os javalis. Sempre com ele os dois primeiros, fazem um trabalho único e precioso. As cobras limpam a sujeira do perispírito das pessoas e do ambiente da gira, as onças protegem e combatem o que é mais grosseiro e animalizado. Javalis são chamados quando o buraco é mais embaixo.
A quem conhece Caboclo Tupinambá espero ter colaborado com um pouco mais dessa entidade tão conhecida e importante da corrente astral de Umbanda. A quem não o conhece ainda, e estiver a precisar de força, proteção, alegria ou de uma simples sensação de paz e bem estar, experimente cantar assim: "Estava na beira do rio sem poder atravessar, chamei pelo Caboclo, Caboclo Tupinambá...Tupinambá chamei, chamei tornei chamar, êah". Se pode tornar a chamá-lo, mas precisar não precisa. Com certeza ele já estará presente.
Se Caboclo Tupinambá pudesse ser definido em uma frase, seria essa:
"Grande Pai Caçador de Almas".
Abraço Fraterno a todos, e Saravá!
O termo 'tupinambá' provavelmente significa "o mais antigo" ou "o primeiro", e se refere tanto a uma grande nação de índios, da qual faziam parte, dentre outros, os tamoios, os temiminós, os tupiniquins, os potiguara, os tabajaras, os caetés, os amoipiras, os tupinás (tupinaê), os aricobés e um grupo também chamado de tupinambá. Entretanto, normalmente, quando se fala em tupinambás, está-se a referir às tribos que fizeram parte da Confederação dos Tamoios, cujo objetivo era lutar contra os portugueses, também conhecidos como 'perós'. (fonte: Wikipédia; verbete "Tupinambás")
Fonte:umbandeando.blogspot.com