Iansã

01/06/2017 11:11
A quinta linha de Umbanda tradicional é chamada originalmente de Linha de Nhan-San ou Nhã-San, posteriormente alterada para Linha de Iansã. Esta linha é chefiada por Santa Bárbara, santa cristã virgem que é popular principalmente no Brasil e em Portugal e sempre é invocada quando há uma tempestade com muitos relâmpagos e trovões.

Segundo a lenda, Santa Bárbara era filha de um nobre rico e senhor de terras na cidade de Nicomédia (na Atual Turquia) de nome Dióscoro. Seu pai a trancafiou em uma torre, pois como ela era sua filha única, tinha medo dela ser agredida ou alguma coisa pior ocorrer na cidade em que viviam, pois a sociedade do local era extremamente vil e corrupta. Apesar de receber vários pretendentes, a jovem Bárbara não aceitava nenhum. Seu pai então permitiu que ela saísse da torre e conhecesse a cidade, onde ela acabou se deparando com a fé cristã e se convertendo. Seu pai, furioso, denunciou a própria filha ao Império Romano, pois ela desobedecia as tradições romanas. Ela foi torturada para que renunciasse a sua fé, mas não adiantou, então foi condenada à morte por degolação. Seu próprio pai a executou e quando a cabeça da jovem Bárbara foi separada de seu corpo, um imenso trovão ecoou nos céus e um relâmpago atingiu de maneira fulminante o pai da jovem Santa.

Santa Bárbara é considerada a padroeira protetora contra relâmpagos e tempestades. Também é padroieira dos artilheiros, dos mineiros e de todos os trabalhadores que utilizem do fogo em seus labores. Comemora-se seu dia em 04 de Dezembro e ela foi sincretizada com a orixá africana Iansã.

Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura. Ficai sempre ao meu lado para que possa enfrentar de fronte erguida e rosto sereno todas as tempestades e batalhas de minha vida, para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a Deus, criador do céu, da terra e da natureza: este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Iansã

Iansã, também chamada de Oyá, é a orixá cultuada no Rio Níger e possui simbolismo através do alfanje – espada curva e curta. É sempre representada com uma chibata feita da calda de um búfalo e também possui um chifre de búfalo na cintura. Aliás o búfalo é seu animal totêmico e a própria Orixá teria o poder de se transformar em um desses animais. Segundo as lendas, Iansã seria casada com Ogum, porém fora roubada por Xangô. Com esse último aprendeu como lidar com o fogo divino, exalando labaredas da própria boca. Por esse motivo, muitas pessoas confundem-na com entidades de fogo e até mesmo com uma versão sobre esse aspecto do fogo.

Iansã na Umbanda é também a senhora dos Eguns, em sua faceta de Iansã de Balê. É ela quem encaminha todas as almas desencarnadas e acaba também trabalhando na movimentação de todas as energias ruins deixadas por desencarnados em um local. Muitos Eguns tem medo de Iansã, pois sabem que com ela não se brinca.

Ainda, na Umbanda, é a regente das caboclas dos ventos. Essas entidades geralmente se manifestam rodando e são extremamente graciosas em suas manifestações. Trazem ao mesmo tempo toda uma brutalidade, sentida através de um poder feminino puro, quanto a graça e sensualidade das mulheres. Geralmente essas caboclas são seres encantados naturais, aqueles que nunca passaram por uma experiência humana de encarnação.

Ainda é a senhora da direção e do movimento, consegue colocar espíritos encarnados e desencarnados em marcha para seus melhoramentos, livrando-os da estagnação. Tem o número 9 como sagrado, acaba usando cores vermelho, amarelo e lilás em suas velas, fitas e elementos. Possui domínio sobre o fogo, o ar e a eletricidade. Podemos encontrar sua força na granada e no citrino e sua saudação é Epahey Iansã!


Firmeza na força de Iansã para direcionar os caminhos

Itens:

  • Fita Vermelha (todas com tamanho do cotovelo a ponta do dedo).
  • Fita Laranja.
  • Fita Branca.
  • Espada de Santa Bárbara (igual de São Jorge, mas com bordas amarelo-esverdeadas).
  • Copo com água.
  • Vela Amarela ou Vermelha.

    Releitura Iansã na versão indígena.

Trance as três fitas e amarre em torno da espada de Santa Bárbara. Coloque-a ao lado do copo com água e acenda a vela da cor desejada. Faça a oração de Santa Bárbara que está contida nesse artigo e faça o rogatório no final, pedindo direcionamento nos seus caminhos (materiais, emocionais, educacionais, etc…). Termine com um Pai Nosso e uma Ave Maria. Deixe a vela queimar até o final, depois coloque a espada de Santa Bárbara sob o seu colchão ou embaixo da cama. Deixe lá por 81 dias (9×9), depois retire, tire as fitas jogue fora e devolva a espada para a natureza. Os 81 dias são simbólicos, podendo atingir seus objetivos antes, porém é o ciclo completo na força dessa Orixá.