Ogun de Malê

28/03/2018 10:23

Um comandante da Lei e da Ordem no Reino de Oxalá!
 

Alguns pronunciam seu nome como Ogun de "Malei", outros como Ogun de "Malê"... Devido a língua yorubana ser bastante distinta de uma região a outra, na África, as grafias e pronúncias, muitas vezes, modificam-se, pois ao ser trazido para o Brasil, o africano "continha" o seu vocabulário, com medo das chibatadas. Em yorubá, é comum dizermos: "Maleime, Malembe ou Maleme" que significa: "Misericórdia, meu Pai! Perdão, meu Pai!" Por isso, existe confusão com relação ao nome desse Ogun.
 
Ogun de Malê é considerado um Orixá de Nação, com Culto no Candomblé e é venerado como uma das qualidades de Ogun. Quando a Umbanda apresentou-se em solo brasileiro, algumas Entidades mantiveram seu nome ligado ao Orixá que elas representam, por isso, Ogun de Malê no Candomblé é um Orixá, enquanto na Umbanda é o nome de uma Entidade que atua na Linha de Ogun. Como Entidade, esse Ogun possui inúmeras histórias para contar e todas elas cheias de muitos acontecimentos! Mas, aqui vamos narrar apenas uma delas, a pedido dessa Entidade.

Inclusive, sobre isso, gostaríamos de ressaltar que a Umbanda acredita na Reencarnação, assim como o Espiritismo e algumas religiões Orientais; portanto, um espírito sempre teve mais de uma vida encarnada. Ao publicarmos uma história sobre a vida de uma Entidade, não significa que seja sua única história de vida; pois, até mesmo o Caboclo Sete Encruzilhadas narrou duas vidas distintas ao apresentar-se na Federação de Niterói no Rio de Janeiro. Assim, é normal a Entidade escolher qual história de vida ela quer narrar para, em seguida, descrever porque fez essa escolha... As Entidades procuram se preservar e para isso não contam tudo sobre suas passagens terrenas. Em alguns casos, é possível saber mais de uma vida da Entidade, como ocorreu com Emmanuel de Chico Xavier, onde ele narra algumas de suas existências em livros: https://pt.wikipedia.org/wiki/Emmanuel_(esp%C3%ADrito). Mas, há casos em que a Entidade conta apenas uma de sua existência e pronto. O próprio "Pai José de Aruanda" nos contou duas de suas existências e, depois, justificou sua escolha por escolher narrar essas histórias.
 
Sobre o Senhor Ogun de Malê, na vida em que viveu na Grécia, no século II a.C., ele foi um General que preparava suas tropas para a conquista de novos territórios. A Grécia era um Reino populoso e distinto nessa época, onde proliferavam as artes, as ciências e as filosofias. Os gregos eram considerados pessoas cultas e de fino trato. A Civilização Helênica (como também era chamada) já havia ocupado grande parte da Europa e conquistado muitos territórios em 1500 anos de história!
Ele chamava-se Helano e cresceu ouvindo as histórias de conquistas de seu povo, como a "Guerra do Cavalo de Troia" e de "Alexandre - o Grande". Também tinha conhecimento de todos os Deuses do Olimpo e de como Eles "premiavam" os vencedores. Ele amava servir à Grécia e pertencer a essa civilização era uma honra para sua vida!
Porém, em 167 a.C. o sul da Grécia ficou sob os domínios da Macedônia e depois, em 146 a.C., a Península Grega foi anexada à Roma. Algumas propriedades da Grécia conseguiram manter uma certa independência, juntamente com as ilhas do Mar Egeu, até 133 a.C. Em 88 a.C. Atenas, com outras cidades, rebeleram-se contra Roma, mas foram devastadas pelo General Silas. Mais guerras romanas devastaram a região e em 27 a.C. Augusto César reorganizou a península grega como a Província de Acaia.
Helano era criança quando a Macedônia comandava parte do território grego. Ele cresceu sendo treinado para tornar-se um soldado na luta pela libertação de seu povo. Mas, por mais que lutasse não conseguiu evitar que a Grécia fosse perdendo seus valores, sua cultura e toda a sua identidade para os povos europeus, principalmente os romanos. A história da Grécia, seus monumentos e toda a sua estrutura começou a ser modificada; mas, ao mesmo tempo, também foi assimilada pelos demais. Assim, a filosofia, a ciência e a arquitetura grega passaram a ser conhecidas em todo o mundo.
Toda Guerra possui um preço a ser pago: pela perda da vida de seus combatentes ou pela perda dos valores de sua cultura. De qualquer forma, todos saem perdendo: uns mais, outros menos. E Helano perdeu sua vida no ano de 99 a.C., quando os Romanos tomaram definitivamente a Grécia. Ele estava com 55 anos de vida; perdeu família, filhos e amigos. Muitos morreram na luta por seus valores e ideais; inclusive mulheres, crianças e idosos. Essa parte da batalha poucos contam, porque é desonroso para um General conquistar uma Vila massacrando a todos. E assim fez o General Silas: devastou diversas cidades! Como fez depois César...
Essa foi uma vida que Helano demorou a superar e esquecer, pois a dor de ter perdido toda a sua gente era muito grande! Ele não compreendia porque os "Deuses" permitiram tudo isso. Então, seu espírito fechou-se em si mesmo... E, somente um século depois, quando renasceu em território judeu, ele compreendeu o propósito maior de tudo aquilo. Mas, essa é uma outra história que Ele nos pediu para guardar...