OS NOMES DAS POMBAGIRAS

24/10/2017 15:51

Por: Eliseu Miranda



Os nomes de pombas giras são sempre simbólicos, normalmente compostos pelo nome da falange à qual pertence o espírito e a função ou tipo de atividade que a entidade exerce nessa falange.

O espírito pode identificar apenas a falange à qual pertence de modo genérico, exemplo: MARIA MULAMBO OU MOLAMBO (falange).

Pode identificar a falange e a função, exemplo: MARIA MULAMBO (falange) DA ENCRUZILHADA (atuação).

Pode identificar apenas a função, exemplo: POMBA GIRA (sem identificar falange) DA ENCRUZILHADA (atuação).

Pode não identificar nem falange e nem função (o que poderá ser temporário, pois se o médium desenvolver e vir a dar consultas, a entidade terá, após algum tempo, que se identificar e, em alguns terreiros, riscar seu ponto), exemplo: Maria Bonita (não identifica nem falange e nem atuação).

Quando um espírito identifica falange e função de atuação, ele já está preparado e devidamente autorizado pela hierarquia a fazê-los. Mas vejamos o exemplo:

MARIA PADILHA DA ENCRUZILHADA (identifica a falange e a atuação), mas ainda assim é genérico e simbólico, pois existem centenas de MARIAS PADILHAS DA ENCRUZILHADA.

Quando um espírito ingressa numa falange, ele deixa de usar a identidade própria, embora não perca sua individualidade. Por exemplo, um espírito que desencarnou sobre o nome de Lígia Helena da Silva e que optou em trabalhar na erraticidade (nome que se dá à condição de um espírito não encarnado e que ainda se encontra no processo de evolução, não isento de voltar a encarnar).

Voltando ao nosso exemplo, esse espírito não pode se apresentar como:

LÍGIA HELENA DA SILVA DA FALANGE MARIA PADILHA DA FUNÇÃO ENCRUZILHADA, terá que usar apenas MARIA PADILHA DA ENCRUZILHADA.

Então, essa pomba gira conta ao seu “cavalo” ou a outro médium que psicografe ou ainda a alguém que a entreviste sobre suas experiências encarnatórias. É óbvio que será completamente diferente de outro espírito que também use a mesma denominação simbólica.

Essa “denominação simbólica” é necessária, principalmente para a preservação dos registros cármicos das entidades, o que as protege e mantém o sigilo que a função de Guardiã exige. Por isso é que Dona Maria Mulambo diz que não adianta nossa curiosidade; que o mistério não é mantido para fazer suspense ou porque nada exista de concreto a ser revelado; ou porque os médiuns são incompetentes ou mentirosos; ou ainda que as entidades e suas falanges não existam. Como ela já disse em outra ocasião, as pombas giras são irreverentes e só permitem revelar o que acham convenientes e o que têm permissão, e para quem achem que devam e ponto!

Dona Maria Mulambo (a Maria Mulambo à qual sirvo como médium), não é o mesmo espírito que baixa miraculosamente em centenas de médiuns ao mesmo tempo em centenas de terreiros.

Entretanto, mesmo com a permanência da consciência individual do espírito, com suas histórias de existências várias e com sua carga de conhecimentos adquiridos nessas experiências, bem como seu nível de evolução moral, quando ele ingressa numa falange espiritual (seja de pombas giras, exus, caboclos etc), ele agrega a vibração dessa falange à sua vibração perispiritual. Por exemplo, um espírito que trabalhe como Pomba Gira Guardiã nas zonas do Umbral (Pomba Gira do Lodo) tem que ter seu perísipirito (corpo do espírito) preparado para enfrentar vibrações densas e deletérias dessas zonas purgatoriais.

Aliás, existe um enorme preparo dos espíritos que ingressam em diversas falanges de Umbanda, com aprendizados e preparos, que muitas vezes, são vividos aqui, como encarnados e refinados e intensificados na erraticidade.

Então não se estressem com essa questão do mesmo nome em mais de uma entidade, com a demora da entidade em dar sua identificação (se você se incomodar demais, a entidade pode lhe dar um nome qualquer, sem identidade vibratória, só para lhe “sossegar”).

Todos temos Guardiões, mas poucos iremos conhecê-los e, quando isso ocorre, isso se dá no tempo devido.