Sobre o "Culto e Memória de Egum"

30/04/2017 11:34

 


Saudações a todos ! 
 
Esta semana em meio as nossas periódicas leituras e pesquisas em blogs, jornais, revistas, livros sempre na busca por temas relevantes e nem tão exaustivamente explorados, fato esse que torna nossa tarefa muito difícil, haja vista, os incontáveis portais que tratam das temáticas ligadas à Umbanda e das religiões afro-brasileiras, das indígenas e espiritualistas como muito boa procedência e fundamento teórico para tal. Muitas vezes recorremos a esses destinos como fonte de referências para nossos textos, traçando um perfil racionalizador e reflexivo, como nos propomos a fazê-lo mais uma vez por este artigo...
 
E durante tais pesquisas "nos deparamos meio que acidentalmente" com um site acadêmico que publica periódicos na área de humanas, a Mneme - Revista de Humanidades ligada ao Departamento de História da Universidade do Rio Grande do Norte (UFRN), onde ao nos direcionarmos para seção dos arquivos encontramos todo o acervo devidamente separado por datas e eixos temáticos, porém, nos detivemos especialmente nos dossiês de Religião e Religiosidade publicados no ano de 2011 no texto sobre o "Conhecimento e memória no culto de Egum: a confecção da casa-corpo da morteassinado por Stela Guedes Caputo. Não temos qualquer pretensão de realizarmos uma crítica muito menos resenha deste trabalho, aliás não temos tal embasamento teórico para tanto, nossa intenção é a partir desta leitura e de outras sugeridas pela própria bibliografia do estudo trazermos neste espaço mais um tema relacionado à religiosidade Afro-Brasileira pela perspectiva histórica e cultural, do qual pensamos também ser mais uma oportunidade de relacionarmos nossos conhecimentos desta importante cultura que tanto contribuiu e ainda contribui hoje com a nossa Umbanda.

Entendendo e diferenciando o Culto aos Orixás do Culto de Egum**

Faz-se necessário para que não ocorram distorções ou desentendimentos a respeito do tema, recorrermos mais uma vez para uma de nossas postagens anteriores, UMBANDA E CANDOMBLÉ - Estudo 01, onde tratamos de forma bem generalizada e por perspectivas históricas a questão da religião dos Orixás (o Candomblé) em contextualização com a Umbanda. Recomendamos sua leitura, pois, como retratamos as origens dos cultos aos Orixás derivados principalmente dos povos chamados "Nagôs" de língua Iorubá que foram trazidos para o Brasil pelo processo de escravidão ou "Diáspora Africana". 

No artigo de Stela Guedes Caputo verificamos importantes informações do período que estes povos aportaram no Brasil e por essas características conhecemos o mais cultuado e perpetuado Candomblé que justamente é dos Iorubás, conforme segue..."Já os Nagôs, dizSantos*, foram trazidos durante o último período da escravidão e concentrados em zonas urbanas em pleno apogeu dos estados do Norte e do Nordeste....Segundo esta pesquisadora, o comércio entre Bahia e a Costa africana manteve os Nagôs do Brasil em contato permanente com suas terras de origem. Do ponto de vista histórico isso é muito importante porque contextualiza o fato da maioria dos terreiros de candomblé no Brasil ser de tradição nagô e porque justamente este candomblé tenha se perpetuado mais entre nós..."

Desses povos não derivou somente o Candomblé, mas também o culto de Egum e outras importantes vertentes das religiões afro-brasileiras. As diferenças nestes cultos, Candomblé e Egum, podem ser  verificadas a partir dos conceitos de suas teogonias e teologias, conforme propõe  Stela Guedes Caputo no citado artigo..."Os Orixás estão associados à origem da criação e sua própria formação e seu axé foram emanações diretas de Olorun(o Deus supremo no Candomblé)...". Já no caso dos Eguns..."Estão associados à história dos seres humanos..."Ainda citando SantosStela Guedes Caputo, sintetiza as comparações dividindo-as em duas categorias: Na primeira, Os Orixás, estão especialmente ligados à estrutura da natureza e cosmo. E por seguinte os Eguns associados aos ancestrais humanos e ligados às estruturas sociais. Temos então Orixás por emanações divinas e cósmicas e os Eguns nas representações espiritualizadas dos seres habitantes deste cosmos.    
**Observação:
Egum (do ioruba egun) é um termo das religiões de matriz africana que designa a alma ou espírito de qualquer pessoa falecida, iniciada ou não. Nesse ponto, difere da palavra egungum, que se refere a espíritos de homens importantes iniciados nessas religiões. O termo "egum" é mais abrangente, pode se referir tanto a um espírito considerado "evoluído", "de luz", como a um espírito de um parente, ou a um espírito desorientado obsessor que precisa ser afastado, por exemplo.Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Referência:  FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 621.
O culto de Egum :              

Quando conseguimos desvincular os conceitos conhecidos sobre o Candomblé que por características históricas foram popularmente disseminadas, enxergamos no culto de Egum toda uma estrutura de tradições, conceitos e fenômenos que são particularmente pertencentes à estas comunidades provenientes dos terreiros e roças do próprio Candomblé. Neste sentido não poderíamos deixar de repassar importante explicação do artigo de base desta pesquisa, acerca diretamente dos aspectos ligados ao Egum..."...O Egum é o antepassado, o morto masculino, importante para família...O Orixá se manifesta em uma pessoa. O Egum não incorpora. De acordo com a tradição, o espírito, depois de disciplinado, recebe a roupa ritual, considerada sagrada e chamada de EKU na Nigéria ou OPÁ na Bahia... O morto precisa apenas da roupa sagrada para voltar. Por isso costuma-se dizer entre os adeptos onde está a roupa, aí está o Egum"..."

Outra preponderante característica está na relação de seus adeptos com a morte ou (Ikú), para eles essa questão não envolve os sentimentos de perda, tristeza que são depressivos e muito comuns para grande maioria das pessoas, ao  contrário, representa a possibilidade de ver um ente querido retornando ao seu meio comunitário e familiar como "Egum" trazido pelos sacerdotes (Ojés), pois eles são os únicos agentes responsáveis pelas evocação dos espíritos ancestrais, esses espíritos geralmente "chamados" em dias de festa, ou seja, suas festividades são os próprios rituais, cheios de cantos louvações além dos perfumes borrifados em oferta pela sua presença. Stela Guedes Caputo, contextualiza seu artigo com depoimentos dos "artesãos" de roupas do Egum (Opá),  são pessoas que vivem a prática diária nas comunidades trazendo-nos interessante afirmativa sobre estes conceitos..."Não temos medo da morte aqui. O tempo volta o morto volta..."

A Opá ou roupa sagrada de Egum, têm características peculiares sendo que  à partir dela o espírito ancestral recebe a denominação de Egum (o espírito do morto), para esta "entidade" chegar ao grau referido ele precisa estar "disciplinado", possuir tempo e rituais adequados. Como em todas as tradições afro-brasileiras, as especificidades dos rituais e das confecções das Opás são passadas oralmente por tradições familiares e pouco reveladas para os pesquisadores e curiosos, porém, no artigo conseguimos verificar informações interessantes como por exemplo, a confecção da roupa é inspirada no Orixá de cabeça que a pessoa teve enquanto viva, seus tecidos bordados e coloridos, além dos búzios, apetrechos e enfeites são correlacionados as "forças" e símbolos do então "pai ou mãe de cabeça" da entidade. 

O "Egum" só pode ser o espírito de um homem, a confecção das Opás é proibida entre as mulheres sua confecção é acompanhada de sérios preceitos que obrigatoriamente devem ser seguidos, o artesão não pode realizar atos "profanos" como beber ou manter relações sexuais, porque durante este processo o espírito de "Egum" está muito próximo e "intimamente ligado" à ele. O Sacerdote Baba- Ojé obrigatoriamente deve ser homem nas cerimônias usam sua "vara" que impede as pessoas serem tocadas pela roupa sagrada, toda a ritualística envolve mistérios e segredos que podem variar entre as comunidades. Neste breve estudo podemos dizer que a parte importante está na identificação do Culto aos Eguns como "algo" com universo próprio, nunca desassociando suas origens culturais das tradições Nagôs e Iorubás, mas entendendo-as como uma das formas de expressão de seu contexto religioso e místico. Retratá-las com exatidão e com mínimas peculiaridades seria um processo de pesquisa para edição de livros, porém pensamos mesmo assim estarmos colaborando para o entendimento geral do tema.

E o "Egum" na Umbanda ?

Já nos referimos que o termo "Egum" proveniente do Iorubá "Egun" pode ser aplicado para denominarmos à uma pessoa falecida. Com a incorporação em nossa cultura dos valores africanos que por aqui aportaram, vimos o termo ser popularizado e paulatinamente revertido pelo que entendemos como "obsessores", espíritos desencarnados com desorientação ou falta de lucidez apresentados pelo seu estágio vibratório ou por sua evolução consciencial. 

Outra denominação comum para estes espíritos, são os chamados "Quiumbas", geralmente no meio umbandista estão associados a uma categoria de espírito normalmente conhecida por serem "atrasados" e praticarem manifestações e obsessões aos encarnados utilizando-se inadvertidamente de nomes simbólicos utilizados  pelos Exús e Pomba-giras, costumamos verificar tais situações ao depararmos com consulentes que passam por sessões de "descarrego" por estarem demandados. 

As miscigenações culturais do Brasil estão refletidas na Umbanda assim como os termos utilizados pelos ancestrais foram incorporados e re-significados pelo processo histórico dinâmico que é próprio das relações humanas, em seus mais variados modos estejam certos ou não, nos cabe a missão de verificarmos essas relações que nos ajudam entender seu contexto e consequentemente suas aplicações. Sempre ressaltamos o caráter do livre pensamento que está a serviço da Umbanda e do umbandista, é por esse pensamento que nós nos guiamos e trazemos nossa contribuição.

Saudações a todos ! 
 
Esta semana em meio as nossas periódicas leituras e pesquisas em blogs, jornais, revistas, livros sempre na busca por temas relevantes e nem tão exaustivamente explorados, fato esse que torna nossa tarefa muito difícil, haja vista, os incontáveis portais que tratam das temáticas ligadas à Umbanda e das religiões afro-brasileiras, das indígenas e espiritualistas como muito boa procedência e fundamento teórico para tal. Muitas vezes recorremos a esses destinos como fonte de referências para nossos textos, traçando um perfil racionalizador e reflexivo, como nos propomos a fazê-lo mais uma vez por este artigo...
 
E durante tais pesquisas "nos deparamos meio que acidentalmente" com um site acadêmico que publica periódicos na área de humanas, a Mneme - Revista de Humanidades ligada ao Departamento de História da Universidade do Rio Grande do Norte (UFRN), onde ao nos direcionarmos para seção dos arquivos encontramos todo o acervo devidamente separado por datas e eixos temáticos, porém, nos detivemos especialmente nos dossiês de Religião e Religiosidade publicados no ano de 2011 no texto sobre o "Conhecimento e memória no culto de Egum: a confecção da casa-corpo da morteassinado por Stela Guedes Caputo. Não temos qualquer pretensão de realizarmos uma crítica muito menos resenha deste trabalho, aliás não temos tal embasamento teórico para tanto, nossa intenção é a partir desta leitura e de outras sugeridas pela própria bibliografia do estudo trazermos neste espaço mais um tema relacionado à religiosidade Afro-Brasileira pela perspectiva histórica e cultural, do qual pensamos também ser mais uma oportunidade de relacionarmos nossos conhecimentos desta importante cultura que tanto contribuiu e ainda contribui hoje com a nossa Umbanda.

Entendendo e diferenciando o Culto aos Orixás do Culto de Egum**

Faz-se necessário para que não ocorram distorções ou desentendimentos a respeito do tema, recorrermos mais uma vez para uma de nossas postagens anteriores, UMBANDA E CANDOMBLÉ - Estudo 01, onde tratamos de forma bem generalizada e por perspectivas históricas a questão da religião dos Orixás (o Candomblé) em contextualização com a Umbanda. Recomendamos sua leitura, pois, como retratamos as origens dos cultos aos Orixás derivados principalmente dos povos chamados "Nagôs" de língua Iorubá que foram trazidos para o Brasil pelo processo de escravidão ou "Diáspora Africana". 

No artigo de Stela Guedes Caputo verificamos importantes informações do período que estes povos aportaram no Brasil e por essas características conhecemos o mais cultuado e perpetuado Candomblé que justamente é dos Iorubás, conforme segue..."Já os Nagôs, dizSantos*, foram trazidos durante o último período da escravidão e concentrados em zonas urbanas em pleno apogeu dos estados do Norte e do Nordeste....Segundo esta pesquisadora, o comércio entre Bahia e a Costa africana manteve os Nagôs do Brasil em contato permanente com suas terras de origem. Do ponto de vista histórico isso é muito importante porque contextualiza o fato da maioria dos terreiros de candomblé no Brasil ser de tradição nagô e porque justamente este candomblé tenha se perpetuado mais entre nós..."

Desses povos não derivou somente o Candomblé, mas também o culto de Egum e outras importantes vertentes das religiões afro-brasileiras. As diferenças nestes cultos, Candomblé e Egum, podem ser  verificadas a partir dos conceitos de suas teogonias e teologias, conforme propõe  Stela Guedes Caputo no citado artigo..."Os Orixás estão associados à origem da criação e sua própria formação e seu axé foram emanações diretas de Olorun(o Deus supremo no Candomblé)...". Já no caso dos Eguns..."Estão associados à história dos seres humanos..."Ainda citando SantosStela Guedes Caputo, sintetiza as comparações dividindo-as em duas categorias: Na primeira, Os Orixás, estão especialmente ligados à estrutura da natureza e cosmo. E por seguinte os Eguns associados aos ancestrais humanos e ligados às estruturas sociais. Temos então Orixás por emanações divinas e cósmicas e os Eguns nas representações espiritualizadas dos seres habitantes deste cosmos.    
**Observação:
Egum (do ioruba egun) é um termo das religiões de matriz africana que designa a alma ou espírito de qualquer pessoa falecida, iniciada ou não. Nesse ponto, difere da palavra egungum, que se refere a espíritos de homens importantes iniciados nessas religiões. O termo "egum" é mais abrangente, pode se referir tanto a um espírito considerado "evoluído", "de luz", como a um espírito de um parente, ou a um espírito desorientado obsessor que precisa ser afastado, por exemplo.Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Referência:  FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 621.
O culto de Egum :              

Quando conseguimos desvincular os conceitos conhecidos sobre o Candomblé que por características históricas foram popularmente disseminadas, enxergamos no culto de Egum toda uma estrutura de tradições, conceitos e fenômenos que são particularmente pertencentes à estas comunidades provenientes dos terreiros e roças do próprio Candomblé. Neste sentido não poderíamos deixar de repassar importante explicação do artigo de base desta pesquisa, acerca diretamente dos aspectos ligados ao Egum..."...O Egum é o antepassado, o morto masculino, importante para família...O Orixá se manifesta em uma pessoa. O Egum não incorpora. De acordo com a tradição, o espírito, depois de disciplinado, recebe a roupa ritual, considerada sagrada e chamada de EKU na Nigéria ou OPÁ na Bahia... O morto precisa apenas da roupa sagrada para voltar. Por isso costuma-se dizer entre os adeptos onde está a roupa, aí está o Egum"..."

Outra preponderante característica está na relação de seus adeptos com a morte ou (Ikú), para eles essa questão não envolve os sentimentos de perda, tristeza que são depressivos e muito comuns para grande maioria das pessoas, ao  contrário, representa a possibilidade de ver um ente querido retornando ao seu meio comunitário e familiar como "Egum" trazido pelos sacerdotes (Ojés), pois eles são os únicos agentes responsáveis pelas evocação dos espíritos ancestrais, esses espíritos geralmente "chamados" em dias de festa, ou seja, suas festividades são os próprios rituais, cheios de cantos louvações além dos perfumes borrifados em oferta pela sua presença. Stela Guedes Caputo, contextualiza seu artigo com depoimentos dos "artesãos" de roupas do Egum (Opá),  são pessoas que vivem a prática diária nas comunidades trazendo-nos interessante afirmativa sobre estes conceitos..."Não temos medo da morte aqui. O tempo volta o morto volta..."

A Opá ou roupa sagrada de Egum, têm características peculiares sendo que  à partir dela o espírito ancestral recebe a denominação de Egum (o espírito do morto), para esta "entidade" chegar ao grau referido ele precisa estar "disciplinado", possuir tempo e rituais adequados. Como em todas as tradições afro-brasileiras, as especificidades dos rituais e das confecções das Opás são passadas oralmente por tradições familiares e pouco reveladas para os pesquisadores e curiosos, porém, no artigo conseguimos verificar informações interessantes como por exemplo, a confecção da roupa é inspirada no Orixá de cabeça que a pessoa teve enquanto viva, seus tecidos bordados e coloridos, além dos búzios, apetrechos e enfeites são correlacionados as "forças" e símbolos do então "pai ou mãe de cabeça" da entidade. 

O "Egum" só pode ser o espírito de um homem, a confecção das Opás é proibida entre as mulheres sua confecção é acompanhada de sérios preceitos que obrigatoriamente devem ser seguidos, o artesão não pode realizar atos "profanos" como beber ou manter relações sexuais, porque durante este processo o espírito de "Egum" está muito próximo e "intimamente ligado" à ele. O Sacerdote Baba- Ojé obrigatoriamente deve ser homem nas cerimônias usam sua "vara" que impede as pessoas serem tocadas pela roupa sagrada, toda a ritualística envolve mistérios e segredos que podem variar entre as comunidades. Neste breve estudo podemos dizer que a parte importante está na identificação do Culto aos Eguns como "algo" com universo próprio, nunca desassociando suas origens culturais das tradições Nagôs e Iorubás, mas entendendo-as como uma das formas de expressão de seu contexto religioso e místico. Retratá-las com exatidão e com mínimas peculiaridades seria um processo de pesquisa para edição de livros, porém pensamos mesmo assim estarmos colaborando para o entendimento geral do tema.

E o "Egum" na Umbanda ?

Já nos referimos que o termo "Egum" proveniente do Iorubá "Egun" pode ser aplicado para denominarmos à uma pessoa falecida. Com a incorporação em nossa cultura dos valores africanos que por aqui aportaram, vimos o termo ser popularizado e paulatinamente revertido pelo que entendemos como "obsessores", espíritos desencarnados com desorientação ou falta de lucidez apresentados pelo seu estágio vibratório ou por sua evolução consciencial. 

Outra denominação comum para estes espíritos, são os chamados "Quiumbas", geralmente no meio umbandista estão associados a uma categoria de espírito normalmente conhecida por serem "atrasados" e praticarem manifestações e obsessões aos encarnados utilizando-se inadvertidamente de nomes simbólicos utilizados  pelos Exús e Pomba-giras, costumamos verificar tais situações ao depararmos com consulentes que passam por sessões de "descarrego" por estarem demandados. 

As miscigenações culturais do Brasil estão refletidas na Umbanda assim como os termos utilizados pelos ancestrais foram incorporados e re-significados pelo processo histórico dinâmico que é próprio das relações humanas, em seus mais variados modos estejam certos ou não, nos cabe a missão de verificarmos essas relações que nos ajudam entender seu contexto e consequentemente suas aplicações. Sempre ressaltamos o caráter do livre pensamento que está a serviço da Umbanda e do umbandista, é por esse pensamento que nós nos guiamos e trazemos nossa contribuição.